Com meio século de vida e quase vovó, recordar coisas da minha
infância e dos meus primeiros anos de escola – a primária - é curioso e chega a
ser engraçado.
Confesso que lágrimas vieram
aos meus olhos ao buscar essas lembranças, pois nelas estão envolvidas pessoas
que fizeram parte de minha vida e que, infelizmente, não estão aqui para ler
meu depoimento.
O caminho lá em casa não era
nada, nada suave. Porém, havia um caminho suave na escola que era nossa
cartilha. Que antítese! Foi com ela que eu aprendi minhas primeiras letras e
foi também com a paciência da minha inesquecível professora Luci, que eu
aprendi a juntar as letras e formar as primeiras sílabas e, por consequência,
formar as frases, os parágrafos e daí por diante. Assim a vida continuava
naquele início da década de 70, em que tudo era proibido, inclusive lermos em
casa. Contudo, conheci as letras – vogais e consoantes – e descobri que ao
juntá-las acontecia um fenômeno inexplicável: a leitura.
Agradeço à singela, porém
preciosa demais para mim, Cartilha Caminho Suave por ter tirado os maus tratos de uma
década tão dolorosa e ter proporcionado um “caminho suave” ao conhecimento.
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