quinta-feira, 6 de junho de 2013

Com meio século de vida e quase vovó, recordar coisas da minha infância e dos meus primeiros anos de escola – a primária - é curioso e chega a ser engraçado.
Confesso que lágrimas vieram aos meus olhos ao buscar essas lembranças, pois nelas estão envolvidas pessoas que fizeram parte de minha vida e que, infelizmente, não estão aqui para ler meu depoimento.
O caminho lá em casa não era nada, nada suave. Porém, havia um caminho suave na escola que era nossa cartilha. Que antítese! Foi com ela que eu aprendi minhas primeiras letras e foi também com a paciência da minha inesquecível professora Luci, que eu aprendi a juntar as letras e formar as primeiras sílabas e, por consequência, formar as frases, os parágrafos e daí por diante. Assim a vida continuava naquele início da década de 70, em que tudo era proibido, inclusive lermos em casa. Contudo, conheci as letras – vogais e consoantes – e descobri que ao juntá-las acontecia um fenômeno inexplicável:  a leitura.

Agradeço à singela, porém preciosa demais para mim, Cartilha Caminho Suave por ter tirado os maus tratos de uma década tão dolorosa e ter proporcionado um “caminho suave” ao conhecimento.

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